A IA e a robótica fazem repensar o papel das pessoas e das suas competências. As organizações continuarão a ser um conjunto de sistemas interligados que se conectam para um objectivo global. Ao sistema humano cabe procurar a sua essência, no que os especialistas já apelidam da Human Age ou a revolução das pessoas. Independente do nome que lhe atribuirmos, a humanização é de facto um novo paradigma. É interessante como entre os sinónimos de “Humano”, encontramos: pessoa; indivíduo; ser humano, mas também: compreensivo; sensível; empático; emotivo; relacional. São as competências (humanas) de relacionamento interpessoal, trabalho em equipa, comunicação, análise e pensamento crítico, resolução de problemas complexos, negociação, inteligência emocional, gestão de conflitos, criatividade, flexibilidade cognitiva, que vão garantir a empregabilidade e a evolução das organizações. É urgente um foco no desenvolvimento destas competências, no entanto temos que ter em conta as diferentes gerações que se encontram hoje nas organizações, que foram alinhadas por lideranças com diferentes narrativas e ambientes, que têm vindo, e continuarão, a mudar rapidamente. Desta forma, a requalificação das competências são uma necessidade premente. As lideranças inspiradoras, transformadoras e mobilizadoras das energias coletivas e a formação, desempenham um papel fundamental, quer na requalificação, quer no desenvolvimento destas competências.
A formação deve ser pensada para ser um suporte contínuo e continuado, integrando diferentes momentos, metodologias e aplicativos, garantindo a personalização dos programas e a resposta às necessidades concretas do individuo.
A formação com modalidades formativas diversificadas, integrando formação em sala, plataformas colaborativas, coaching, ‘on-the-job’, experimentação, cooperação, networking, permite uma aprendizagem contínua, facilitadora da integração dos saberes e promotora da transposição para a prática profissional.
Nos projetos que temos desenvolvido, os resultados obtidos têm sido positivos. A análise dos resultados obtidos permitiu identificar maiores índices de motivação, não só na aprendizagem, mas também, na procura de novas formas de executar as atividades quotidianas e no compromisso dos colaboradores com os resultados da organização.
Para as gerações tecnológicas, constatamos que esta metodologia responde à necessidade de crescimento e desenvolvimento sem separar o “treino do jogo”, o que permite a perceção imediata dos resultados. Os mais jovens valorizam a possibilidade de aprender onde, quando e com quem quiserem. A integração de diferentes dispositivos de aprendizagem vem responder a um dos maiores desafios que se tem colocado à formação no domínio das soft-skills, a efectiva mudança de comportamentos e a sua manutenção. A aprendizagem de um saber técnico enfrenta menos resistências pessoais do que a mudança de um comportamento que se confunde com o que somos, com princípios e crenças consolidadas desde muito cedo no nosso percurso humano e social. O desenvolvimento e actualização das competências (Humanas) necessita de tempo, de continuidade e de estimulação.
Em 2020 vamos continuar a mobilizar a nossa energia, com o mesmo profissionalismo, rigor e paixão, para a diversificação das modalidades formativas, para a avaliação da formação em termos de impacto no desempenho, para o inevitável e crescente envolvimento dos responsáveis na elaboração e acompanhamento dos resultados da formação e para o desenvolvimento das “soft skills” competências diferenciadoras e fundamentais para responder às tendências do mundo organizacional.
Paula Tomás
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